A milhares de quilómetros, o turista que prepara a viagem ao Porto escolhe pela Internet os monumentos que vai visitar. Ao chegar, compra um Andante e quando o valida nas estações de metro e autocarro recebe informações sobre o percurso via SMS.
A aplicação chama-se Naviporto e ainda não está em funcionamento, mas será apresentada nos próximos meses à Metro do Porto e STCP. Foi desenvolvida no AICOS - Centro de Investigação Fraunhofer Portugal para Soluções de Comunicação e Informação Assistiva, por dois estudantes de engenharia e pretende mostrar como as soluções científicas e técnicas podem ser úteis à sociedade civil.
O projecto foi lançado em 2008 quando o AICOS abriu no Porto. Os alunos Francisco Nunes e Manuel Silva, então no segundo e terceiro anos das faculdades de Engenharia e Ciências da Universidade do Porto, aproveitaram o facto do Andante ser um sistema de bilhética que funciona por radio-frequência, "com muitas potencialidades" e até "subaproveitado". Decidiram então criar um sistema de interacção entre transportes públicos e utilizador. A ideia é ajudar o turista ou quem não conhece a cidade a mover-se nela usando os transportes públicas com o mesmo à vontade de quem guia um carro com GPS.
Basta um telemóvel, um Andante e quiosques próprios nas estações. Nestes quiosques, cujo protótipo já foi desenvolvido pelo AICOS, o utilizador pode definir a rota que pretende fazer, se ainda não o tiver feito pela Internet, e associá-la ao Andante. Inscreve o seu número de telemóvel e de cada vez que passa o cartão nas máquinas de validação das estações de metro e nos autocarros recebe informação sobre os próximos passos.
"Se entrar no autocarro errado, ele reformula uma nova rota", explica Francisco Nunes. Além dos trajectos, a aplicação sugere monumentos e atracções turísticas a visitar. Funciona com qualquer telemóvel. "Usamos os SMS porque o roaming de dados é brutal. Quando atingir preços mais acessíveis podemos inserir outro tipo de conteúdos", acrescentou Miguel Barbosa, gestor de desenvolvimento de negócios do AICOS.
Para passar à prática, é necessário que a Metro, a STCP e as instituições de turismo aceitem o projecto e permitam a integração da informação. "Não tem grandes custos", realça Miguel Barbosa. A tecnologia já foi apresentada à Câmara do Porto.
Por: Inês Schreck
No: Jornal de Notícias (24/05/10)