segunda-feira, 24 de maio de 2010

"Guiar" turistas por SMS na rede de transportes


       A milhares de quilómetros, o turista que prepara a viagem ao Porto escolhe pela Internet os monumentos que vai visitar. Ao chegar, compra um Andante e quando o valida nas estações de metro e autocarro recebe informações sobre o percurso via SMS.

        A aplicação chama-se Naviporto e ainda não está em funcionamento, mas será apresentada nos próximos meses à Metro do Porto e STCP. Foi desenvolvida no AICOS - Centro de Investigação Fraunhofer Portugal para Soluções de Comunicação e Informação Assistiva, por dois estudantes de engenharia e pretende mostrar como as soluções científicas e técnicas podem ser úteis à sociedade civil.

       O projecto foi lançado em 2008 quando o AICOS abriu no Porto. Os alunos Francisco Nunes e Manuel Silva, então no segundo e terceiro anos das faculdades de Engenharia e Ciências da Universidade do Porto, aproveitaram o facto do Andante ser um sistema de bilhética que funciona por radio-frequência, "com muitas potencialidades" e até "subaproveitado". Decidiram então criar um sistema de interacção entre transportes públicos e utilizador. A ideia é ajudar o turista ou quem não conhece a cidade a mover-se nela usando os transportes públicas com o mesmo à vontade de quem guia um carro com GPS.

       Basta um telemóvel, um Andante e quiosques próprios nas estações. Nestes quiosques, cujo protótipo já foi desenvolvido pelo AICOS, o utilizador pode definir a rota que pretende fazer, se ainda não o tiver feito pela Internet, e associá-la ao Andante. Inscreve o seu número de telemóvel e de cada vez que passa o cartão nas máquinas de validação das estações de metro e nos autocarros recebe informação sobre os próximos passos.

       "Se entrar no autocarro errado, ele reformula uma nova rota", explica Francisco Nunes. Além dos trajectos, a aplicação sugere monumentos e atracções turísticas a visitar. Funciona com qualquer telemóvel. "Usamos os SMS porque o roaming de dados é brutal. Quando atingir preços mais acessíveis podemos inserir outro tipo de conteúdos", acrescentou Miguel Barbosa, gestor de desenvolvimento de negócios do AICOS.

       Para passar à prática, é necessário que a Metro, a STCP e as instituições de turismo aceitem o projecto e permitam a integração da informação. "Não tem grandes custos", realça Miguel Barbosa. A tecnologia já foi apresentada à Câmara do Porto.

Por: Inês Schreck
No: Jornal de Notícias (24/05/10)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Redes sociais usadas para criar uma ILC relativa ao acordo ortográfico


         A ideia foi lançada uma noite, através do Twitter, "em menos de 140 caracteres", conta João Pedro Graça, 50 anos, tradutor. "Irritado" com a ausência de iniciativas concretas contra o acordo ortográfico, este antigo professor lançou para a rede um desafio: a criação de uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC) para apresentar à Assembleia da República uma proposta de revogação ou suspensão do acordo.

        Acordo não traz vantagens a Portugal, defende grupo de cidadãos (Miguel Madeira)

        Pouco depois, e apesar da hora tardia, começou a receber respostas positivas. Hoje diz que a iniciativa já conta com perto de 47 mil apoiantes no Facebook, e por isso acredita que, uma vez redigida a ILC por um grupo de juristas, não será difícil reunir as 35 mil assinaturas necessárias para a levar ao Parlamento. Não é uma iniciativa "de estrelas", embora tenha o apoio de algumas figuras públicas, entre as quais o advogado Garcia Pereira, a escritora Alice Vieira e a actriz Lídia Franco.

        O facto de a nova grafia já ter sido adoptada por alguns jornais e pela agência noticiosa Lusa não o desanima. "Uma lei pode ser revogada, alterada ou suspensa. O que as pessoas desconhecem é que têm mais poder do que pensam". Até hoje em Portugal só houve uma ILC, apresentada pela Ordem dos Arquitectos em 2007 para revogar a Lei n.º 73/73. E teve sucesso.

        Neste momento há um grupo base de oito pessoas - do qual João Graça tem sido o "rosto" público (apesar de não aceitar ser fotografado), alimentando a causa no blogue Apdeites, onde cita, por exemplo, os AC/DC para dizer que o tempo poderá passar a dividir-se entre "antes do C e depois do C" (o acordo prevê a queda das consoantes mudas) e que corremos o risco de voltar à escuridão - Back in black, como o título do álbum da banda australiana.

        O objectivo é conseguir "para ontem" a ILC redigida e entregue aos deputados. "A partir do momento em que dá entrada na Assembleia, há um prazo de 30 dias para ser discutida. Temos que a entregar antes das férias dos deputados, senão cai no início do ano escolar", explica João Graça.

        "Não sou ninguém, sou um anónimo", sublinha. "E nunca vi os outros sete promotores. Mas isto prova que as redes sociais funcionam". Foi o Manifesto pela Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico, assinado entre outros pelo poeta e tradutor Vasco Graça Moura e pelo linguista António Emiliano, que levou Graça a empenhar-se mais nesta causa.

        Mas hoje considera que esse manifesto - que recolheu mais de 110 mil assinaturas e foi debatido no Parlamento em Maio - se tornou "um desperdício". "Pode até ter um efeito pernicioso, porque as pessoas assinam e ficam descansadas, desmobilizadas". E não tem, na sua opinião, o peso que uma ILC pode ter.

       A advogada Patrícia Lousinha vai coordenar a redacção da ILC, e João Graça contribuirá "com os necessários elementos argumentativos". Por exemplo, que "este acordo só vale para um lado, que é o Brasil", que "não tem absolutamente nenhuma vantagem para Portugal", que "muitos tradutores vão ficar sem trabalho porque o custo de vida é mais alto na Europa que no Brasil e um tradutor em Portugal tem que cobrar mais", que não faz sentido dizer "que os brasileiros são a maioria - ou será que a língua é decidida por votação?".

        O argumento de que já houve outros acordos ortográficos e que não destruíram a língua também "não colhe". "Agora estamos a falar de uma reforma profundíssima e que afecta exclusivamente um lado". O que está em causa, acrescenta, é a língua, "um símbolo nacional". Referindo-se aos 1,6 por cento de palavras que em Portugal são alteradas com o acordo, compara com um monumento: "Já viu o que acontecia se 1,6 por cento das pedras da base da Torre de Belém fossem retiradas? Com a língua é a mesma coisa."


Por: Alexandra Prado Coelho
No: Público - 01/03/10

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Escolinhas - mais um espaço de partilha



        As Escolinhas são espaços educativos de colaboração, comunicação e partilha entre alunos, encarregados de educação e professores do Ensino Básico (EB1 e EB2).

        De forma muito simples e segura, o Escolinhas permite aos mais pequenos (dos 4 aos 12 anos) a aproximação das Tecnologias de Informação e Comunicação (Internet, computadores e quadros interactivos), nas práticas do ensino formal, dentro e fora da sala de aula.

        Os alunos podem ler, escrever, pintar, desenhar, calcular, raciocinar, colaborar, brincar, jogar, partilhar e comunicar com os colegas de escola, amigos, encarregados de educação e professores de forma simples, segura e supervisionada.

        Tendo a colaboração e partilha como conceitos principais, o Escolinhas oferece um conjunto de funcionalidades, especialmente seleccionadas e adaptadas aos ambientes escolares do 1º e 2º ciclo do Ensino Básico, de forma a serem de elevada usabilidade e simplicidade de aprendizagem.



sábado, 20 de fevereiro de 2010

Weduc - a novidade para Pais/Encarregados de Educação e Professores



       A Weduc é uma ferramenta para os Pais/Encarregados de Educação poderem acompanhar o dia-a-dia dos seus filhos/educandos e se relacionarem com todos os intervenientes na sua educação É uma espécie de jornal de família mas em vez de ser em papel é multimedia no qual Professores e outras entidades partilham informações, notícias e conteúdos com os Pais/Encarregados de Educação sobre os seus filhos/educandos.

       A Weduc é uma plataforma, via internet, que permite que os Pais/Encarregados de Educação dos alunos possam aceder a todo o tipo de informação que as escolas, professores e outros agentes educativos partilhem como fotos, mensagens, links, conteúdos, avaliações, ideias e boas práticas.

       Esta nova plataforma é uma espécie de rede social privada para a educação, pois, uma vez que esta é constituída por vários agentes, a Weduc tem como objectivo criar uma ligação entre todos os agentes que fazem parte do processo educativo dos alunos. Para além de criar uma ligação entre os diferentes agentes, também permite a partilha de testemunhos entre Pais/Encarregados de Educação e Professores, pois a avaliação das diferentes actividades e/ou o esclarecimentos de dúvidas poderá ser realizada via Weduc, assim como a partilha de estratégias de educação das crianças e adolescentes.

       Esta rede Social será lançada em Portugal a título experimental no próximo mês, mas o objectivo é que esta chegue às escolas de todo o mundo, pois “o Weduc só faz sentido se for exportado lá para fora e é por isso que foi desenhado de raiz para ser multilingue" diz Paulo Mateus, um dos promotores do programa. "O nosso conceito é universal pois em todo o lado há casais que querem saber o que se passa com seus filhos. (…)Estando a trabalhar ou a viajar era complicado conseguir acompanhar as rotinas dos meus dois filhos", continua Paulo Mateus que deixou a área financeira e de mercados de capitais para se juntar a Pedro Barros e lançarem o Weduc.

       Os diferentes agentes educativos estão curiosos quanto à utilização do Weduc, mas parece que uma vez lançada e começando a ser utilizada, esta plataforma só irá crescer.

       Visitem o site http://www.weduc.com/

Ana Arada

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ferramentas Web 2.0 utilizadas no ensino


        Como não poderia deixar de ser, vou falar da Web 2.0 na minha área, o Ensino. Recentemente descobri um artigo na “Revista Científica de Educação à Distância”, que falava de um estudo realizado durante o 1º trimestre de 2008 sobre a utilização das Ferramentas Web 2.0 no ensino.

        Apesar de interessante, o artigo é extenso, por isso vou apenas citar uma parte que me chamou a atenção em particular, a parte referente à ferramenta Web 2.0 mais utilizada no estudo, que passo a citar:


        “O primeiro aspecto a considerar na análise documental era conhecer o tipo de ferramenta da Web 2.0 usada no estudo. Conforme referido, partimos para a análise sem categorias pré-definidas para esta variável e, por isso, as opções consideradas nasceram de uma leitura pessoal que fizemos aos dados. O Quadro 2, abaixo representado, sintetiza os resultados obtidos. Como se pode verificar os blogs são a ferramenta sobre a qual os autores portugueses mais se interessaram para realizar estudos e experiências pedagógicas ou desenvolver reflexões e/ou análises dos mais diversos tipos (31 artigos publicados, ou seja, 62,5% do total dos documentos analisados).


Quadro 2 – Distribuição dos documentos por tipo de ferramenta da Web 2.0

        Seguem-se os estudos sobre “Podcasts” (4) seguidos do “Second Life”, “GoogleDocs/Pages” e, ainda, “Web 2.0” contabilizando-se 3 registos em cada uma das categorias; no entanto, no seu conjunto, estes estudos representam apenas 27% do total dos documentos que integraram o corpo documental. Quanto às ferramentas “Wiki”, “Youtube” e “Social Bookmarking” foi registada apenas 1 ocorrência em cada uma das categorias, o mesmo acontecendo nos artigos que analisam em simultâneo duas ferramentas caso do Blog+Wiki e Blog+Podcast. Quanto ao nível de ensino a que se dirigem, verificámos que é no Ensino Superior que se verifica o maior número de experiências pedagógicas/projectos envolvendo ferramentas da Web 2.0. Ao nível do Jardim de Infância e 1º ciclo, apenas, registrámos dois estudos, tendo ambos o “blog” como objecto de análise. No 2º e 3º ciclos, aumenta o número de registos e, também, o tipo de ferramentas da Web 2.0 utilizadas, mas é ao nível do Ensino Superior que os estudos e investigações se diversificam por um leque mais alargado de ferramentas da nova geração de internet. De referir que, dos 16 estudos realizados no Ensino Superior, 10 se reportam a cursos de formação de professores (6 na formação inicial e 4 na formação pós graduada).”


       É um estudo interessante, se quiserem ler o artigo na íntegra deixo-vos o link, pois este estudo teve várias variáveis de observação, que nos leva a tirar conclusões muito interessantes, principalmente se nos encontramos ligados à área do Ensino. Apesar de terem-se passado sensivelmente dois anos, será que alguma coisa se alterou. Eu particularmente continuo a utilizar as mesmas ferramentas que em 2008 com os meus alunos agora do 1º ano de escolaridade: "Escola Virtual"e "Moodle".

https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/8530/1/coutinhopaideia.pdf

Ana Arada