A nova tecnologia, que foi levada esta semana até à feira Integrated Systems Europe - dedicada a profissionais das áreas dos audiovisuais e integradores de sistemas electrónicos -, chama-se Displax Multitouch Technology (em português, tecnologia multitoque) e permite, através da aplicação de uma película muito fina, transformar uma superfície plana ou curva num ecrã multitoque. Uma inovação que é capaz de detectar até 16 dedos em simultâneo em ecrãs de grandes dimensões, sem ser afectada pelas condições de luminosidade existentes. Para além de detectar diferentes dedos, é também sensível ao sopro, sendo capaz de medir a intensidade e a direcção do fluxo de ar.
O segredo está na aplicação de uma película de polímero - macromolécula resultante da união de moléculas mais pequenas. Esta película é transparente, mais fina do que o papel e "é capaz de tornar qualquer superfície não condutora, plana ou curva, opaca ou transparente, incluindo superfícies de vidro, plástico e madeira, num ecrã multitoque", explica o CEO da empresa, Miguel Peixoto de Oliveira. Estações aeroespaciais, salas de controlo, museus, televisões e computadores (estes desde que tenham sistemas operativos compatíveis) são apenas algumas das possibilidades de aplicação desta tecnologia.
100 por cento português
De acordo com Miguel Peixoto de Oliveira, trata-se da "primeira tecnologia multitoque que pode ser aplicada a ecrãs curvos, planos e de grandes dimensões". A estas características, frisa, "acresce o facto de a tecnologia ser transparente" e possibilitar múltiplos toques e múltiplos utilizadores. A equipa responsável por esta inovação, desenvolvida nos últimos 18 meses, é "100 por cento portuguesa" e está radicada em Braga, onde a empresa tem sede.
Miguel Peixoto de Oliveira acredita que "o poder, a precisão e a versatilidade desta tecnologia" vão abrir portas no mercado internacional, permitindo "explorar novas possibilidades, como transformar um ecrã LCD convencional num ecrã multi-toque, ou uma mesa interactiva numa mesa multitoque". Para já, acrescenta, "a empresa está a trabalhar em projectos-piloto com clientes internacionais para explorar todas as potencialidades da tecnologia em aplicações concretas e de acordo com as especificidades" indicadas pelos interessados.
O responsável da empresa acredita que, a partir de meados do terceiro trimestre deste ano, esta tecnologia já estará à venda. Quanto ao preço, para já, é uma incógnita. "Ainda estamos a estudar essa questão", diz Miguel Peixoto de Oliveira, garantindo, porém, que a apresentação da tecnologia em Amesterdão foi "brilhante", o que demonstra "o entusiasmo do mercado".
in Público
By Maria João Lopes
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